sexta-feira, 30 de junho de 2006

como borboletas
















Borboletas vivem a maior parte de seu tempo dentro do casulo. De certo elas desconhecem, então, sua própria realidade, e provavelmente acreditam ser aquele invólucro sua forma definitiva.
Na obscuridade dessa construção, elas desconhecem a libertação que as aguarda, quando finalmente completam seu ciclo e podem se lançar na natureza, colorindo a paisagem com suas vibrantes asas, voando em todas as direções.
Nessa primeira fase, elas estão alheias ao universo que as cerca, porque estão muito centradas em si mesmas, na construção minuciosa e cuidada de seu abrigo, não percebendo ainda o papel que deverão desempenhar: o de enfeitar a natureza.
Assim também ocorre conosco. Durante toda a vida estamos cuidando do nosso casulo, do nosso corpo, tentando conseguir muito prazer e muito conforto. Talvez sejamos como as futuras borboletas que acreditam em seus casulos, como se fossem eles a própria realidade.
Um dia, completamos o trabalho que viemos cumprir na Terra e recebemos permissão para deixar o corpo que aprisiona nossa vida, como é deixado um casulo, que encerra a futura borboleta.
Então, com asas coloridas, libertos do medo, da dor e das preocupações, voamos para Deus, afinal redimidos e conhecedores da verdade: o corpo é apenas um casulo, necessário ao nosso crescimento.


de Marina Gold.

xero

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