domingo, 23 de setembro de 2007

A POESIA DIZ TUDO.

Se me contemplo, tantas me vejo, que não entendo quem sou, no tempo do pensamento.Vou desprendendo elos que tenho, alças, enredos...Formas, desenho que tive, e esqueço! Falas, desejo e movimento— a que tremendo, vago segredo ides, sem medo?! Sombras conheço:não lhes ordeno. Como precedo meu sonho inteiro, e após me perco, sem mais governo?! Nem me lamento nem esmoreço: no meu silêncio há esforço e gênio e suave exemplo de mais silêncio.( cecilia.M) Não sejas o de hoje. Não suspires por ontens... não queiras ser o de amnhã. Faze-te sem limites no tempo. Vê a tua vida em todas as origens. Em todas as existências. Em todas as mortes. E sabes que serás assim para sempre. Não queiras marcar a tua passagem. Ela prossegue: É a passagem que se continua. É a tua eternidade. És tu.(cecilia.M.)

Um comentário:

Tatá disse...

É engraçado, mas quando nos sentimos por qualquer motivo próximos de alguém, quando lemos algo assim, uma verdadeira exposição, ou mesmo um auto-retrato, o nome foi perfeito, temos a impressão que nada é novo.
Enquanto seguimos lendo, vamos procurando se não há nada a ser contrariado.
Enfim, bom confirmar a figura tão humana que é, realmente a poesia diz tudo.
Ela sempre fala o que a gente gostaria de ter dito.
Clarice sempre jogou suas sementes no meu caminho, sou fã disso:
"É curioso,como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento
em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente
no que eu digo."
Lindo, não?
Tal como suas palavras.
Um xero