na superficie da alma

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Agora não havia choros para enxugar,

o desespero era todo dentro,

os olhos estavam secos.
(José Saramago)

Um comentário:

Donaella disse...: Querida, você tocou em Saramago e olhos, daí vei-me a mente "Ensaio sobre a Cegueira": olho mais não enxergo. Diante das dificuldades, muitas vezes não enxergamos uma sobrinha que seja. E se é de dentro para fora que vem nosso choro, esta sombrinha tão necessária, está logo ai... superfice à dentro!
beijos carinhosos!
=); 11:35 PM

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Só entende quem sente.
Que me desculpem os apáticos,
Não tenho medo de sentir.
Eu sinto muito.

Não tenho me preocupado muito em saber para onde vou, como durante tanto tempo eu me preocupei.
Não há grandes acontecimentos que sinalizem isso.
Apenas sinto.
Apenas confio.

...

Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. Só sei que ninguém começa a despertar antes do instante em que algo em nós consegue deixar à mostra o truque que o medo faz. Só então a gente começa, devagarinho, para não assustar o medo, a refazer o caminho que nos leva a parir estrelas por dentro e a querer presentear o mundo com o brilho do riso que elas cantam. Só então a gente começa a entender o que é esse sol que mora no coração de todas as coisas. Não importa com que roupa elas se vistam: ele está lá.