(escrito por rosinha)
"Olhando o mar"
Gilka Machado
Sempre que fito o mar...tenho a ilusão de achar-me diantede um silêncio amplo, ondulante, de um silêncio profundo, onde vozes lutassem por gritar, por lhe fugirem do invisível fundo.
Diante do mar eu fico triste, nessa mudez de quem assiste reproduções do próprio dissabor;....diante do mar eu sou um mar, a outro de apore a se indeterminar.
O mar é sempre monotonia, na calmaria ou na tempestade. Fujo de ti, ó mar que estrondas!porque a tristeza que me invade tem a continuidadedas tuas ondas...
Mas te amo, ó mar, porque minha alma e a tua são bem iguais: ambas profundamente sensíveis, e amplas, e espelhantes; ...nelas o ambiente atua apenas superficialmente...
Calma de cismas, de êxtases, de sonhos, desesperos medonhos, ânsias de azul, de alturas...- Longos ou rápidos instantes em que me transfiguro, em que te transfiguras...Nos nossos sentimentos sem represa, nas nossas almas, quanta afinidade!- Tu sentindo por toda a natureza!- Eu sentindo por toda a humanidade!
Nos dias muito azuis, o meu olhar, atento, a descer e a se elevar, supõe o mar um espreguiçamento do céu e o céu um êxtase do mar.
Há nos ritmos da água marinha uma poesia, a mais completa, essa poesia universal da mágoa.
O mar é um cérebro em laboração, um cérebro de poeta; ...nas suas ondas, vêm e vão pensamentos, de roldão.
O mar, imperturbavelmente, a rolar, a rolar...O mar... - Concluo sempre que metido em sua profundeza e em sua vastidão: - o mar é o corpo, é a objetivaçãodo espaço, do infinito.
Gilka Machado
Sempre que fito o mar...tenho a ilusão de achar-me diantede um silêncio amplo, ondulante, de um silêncio profundo, onde vozes lutassem por gritar, por lhe fugirem do invisível fundo.
Diante do mar eu fico triste, nessa mudez de quem assiste reproduções do próprio dissabor;....diante do mar eu sou um mar, a outro de apore a se indeterminar.
O mar é sempre monotonia, na calmaria ou na tempestade. Fujo de ti, ó mar que estrondas!porque a tristeza que me invade tem a continuidadedas tuas ondas...
Mas te amo, ó mar, porque minha alma e a tua são bem iguais: ambas profundamente sensíveis, e amplas, e espelhantes; ...nelas o ambiente atua apenas superficialmente...
Calma de cismas, de êxtases, de sonhos, desesperos medonhos, ânsias de azul, de alturas...- Longos ou rápidos instantes em que me transfiguro, em que te transfiguras...Nos nossos sentimentos sem represa, nas nossas almas, quanta afinidade!- Tu sentindo por toda a natureza!- Eu sentindo por toda a humanidade!
Nos dias muito azuis, o meu olhar, atento, a descer e a se elevar, supõe o mar um espreguiçamento do céu e o céu um êxtase do mar.
Há nos ritmos da água marinha uma poesia, a mais completa, essa poesia universal da mágoa.
O mar é um cérebro em laboração, um cérebro de poeta; ...nas suas ondas, vêm e vão pensamentos, de roldão.
O mar, imperturbavelmente, a rolar, a rolar...O mar... - Concluo sempre que metido em sua profundeza e em sua vastidão: - o mar é o corpo, é a objetivaçãodo espaço, do infinito.
******ps: "sobre Gilka:(...)" ******
"Gilka Machado foi a maior figura feminina de nosso Simbolismo, em cuja ortodoxia se encaixa com seus dois livros capitais, Cristais Partidos e Estados de Alma. Nem sua ousadia tinha impureza, mas punha à mostra a riqueza de seus sentidos, especialmente de um pouco explorado em poesia, o tato. Sua sensibilidade é requintada, algo excêntrica, mas profundamente feminina."
7 comentários:
Rosinha, vc é demais, te adoro prima.
Tá iluminada né amiga, gosto de ver vc assim, realmente não conhecia essa poetisa, poesia linda, adorei. E vc com essas plumas, virou estrela, de holywwood, foi???AHHHH.Bjs.
Oie tia rosa
adorei seu blog
foto perfeita
arrazouuu
auhauhauahauah
vou sempre aparecer por aqui
xêrooo
bjos
Linda, que criatividade, vc tá otima, quando apareçe pra gente sair, atende esse telefone. BJS.
Rosinha vc continua a mesma de 25 anos atrás, isso éo que eu acho mais belo em vc, essa sua alegria de viver. BJS.
Quero esse peixe Rosa no meu mar.
Mãe, a senhora é insuperável.Lhe amo.
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